30.7.13

Eu moro em mim mesmo” - Mário Quintana (1906 - 1994)



Neste dia festivo, talvez eu precise de um Espelho Mágico...
Só para ter o prazer de te abraçar e te falar, em forma de Poesia, que hoje eu também estou aprendendo a fazer Canções, e não quero nunca deixar de ser Um Aprendiz de Feiticeiro; e que, desde o dia quando ainda criança, encontrei tua criança, criei asas e só coloquei os pés no chão, para caminhar com meu Sapato Florido na Rua dos Cataventos!
Grandes planícies descortinei através dos seus olhos miúdos e estou aqui em plena ebulição  nos Preparativos de Viagem, essa que sempre faço contigo, quando decides levar-me nos Esconderijos do Tempo...
Sabes...eu que nunca fui boa com datas, sempre perdida e creio que talvez um benefício, só assim pude faltar ao teu velório...mas soube que foi um Velório Sem Defunto...
Mas isso não é lá grande novidade! Como mesmo tu disseste:
“Todos estes que aí estão
Atravancando o meu caminho,
Eles passarão.
Eu passarinho!”

Hoje é aniversário do Grande Mestre Mário Quintana, que se estivesse visível, completaria 107 anos!...mas...hoje veste A Cor do Invisível!

Parabéns Grande Poeta!

25.7.13

Delitos



Impaciente aguardo o tempo de ebulição, necessito mergulhar neste lago negro, único alicerce que sustenta meus vícios.
O frio bate no vidro da janela e nem espera o convite para entrar. Como se conhecesse toda a minha desproteção. Como se intimamente estivesse aqui dentro, há muito tempo num longo e intenso inverno. Estremeço sentindo o sangue correndo devagar, quase congelando, simulando pinceladas, colorindo meu olhar de orquídeas solitárias com esfumaço de insônia.
Passo a língua sobre os lábios ressequidos, fissura por onde toda esta frieza trafega sem calma.
A noite avança fervida no fundo da xícara, são esses momentos quentes que ainda me sustentam.
Sim, algo ainda me sustenta - meus vícios – mas poucos saberão decifrar o verdadeiro significado destes delitos.

[Sob o pseudônimo Lápis em ponta]

23.7.13

...Hiato...



Desenho olhares incertos...
Rascunho momentos certos...
Rasgo a alma...
Toda a luz resguarda-se e incidi...
Quando Yin e Yang são às intenções...
Não há pudores em partilhar o amor...
Não há pecado em sentir o desamor...
Quando a roda da vida desfragmenta as emoções...
Dias e noites amalgamam-se num abraço sem fim...
Por mais inescrupulosa que seja a ausência...
Sinto-me plena em tudo!
Asseguro:
Venho...
Vivo e...
Feneço...
Na feliz inocência...
De trazer à luz cada hiato com a intensidade de uma vida...

Que a noite se aparte novamente do dia...
Preciso renascer! 




16.7.13

...Fogo de Palha...



Reveza o tempo e o vento...
Que por vezes como salamandras...
Dançam vivos dentro do poço...
Queria poder ignorar tudo e partir...
Um cometa pra lua, pra marte...
Para além de todos e principalmente de mim...

Fico pensando de quantas vidas são necessárias para se chegar ao fim dos recomeços?

Sinto-me uma abelha com múltiplos olhos...
Vejo tudo ao mesmo tempo e não tenho vontade de pousa em nada...
Repousar em ninguém...
Nem mesmo no tempo...
Nos últimos instantes...
Confesso...
Não desprego nem prego os olhos...
Faz-se em mim uma algazarra constante...
E a única calma é a esperança...
Esperança que o vento sopre e varra para longe todo esse fogo...
Que creio não passar...
De um espantalho de palha!

15.7.13

Sinfonia consentida



Abro os olhos como uma música, execução incompleta de um conjunto de notas nostálgicas.
Toma corpo e suspira como uma planície sem flores, um deserto no sol de meio dia. Trêmula e perdida na distancia entre a tátil ausência dos verbos e o tempo que se dissipa na arrebentação.
De quantos rios perenes - de felicidades, e gotas do suor - dos desenganos, é feito um mar de lágrimas?
Quantos acordes são necessários para se desmemoriar uma saudade?
Continuo olhando tudo como se carregasse no rosto duas páginas em branco, pousadas em águas antigas que se emaranham na descida-, desamarrotando nas curvas, renascendo nas enchentes.
É a música que quero do tempo,
Do vento,
Do (a)mar e do esquecimento?
Ainda não consigo terminar esta composição, mas busco as mentiras que com toda a sinceridade, validem os verdadeiros acordes desta consentida solidão.

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Fiéis escudeiros! Fàilte!