Impaciente aguardo o tempo de ebulição, necessito mergulhar neste lago negro, único alicerce que sustenta meus vícios.
O frio bate no vidro da janela e nem espera o convite para entrar. Como se conhecesse toda a minha desproteção. Como se intimamente estivesse aqui dentro, há muito tempo num longo e intenso inverno. Estremeço sentindo o sangue correndo devagar, quase congelando, simulando pinceladas, colorindo meu olhar de orquídeas solitárias com esfumaço de insônia.
Passo a língua sobre os lábios ressequidos, fissura por onde toda esta frieza trafega sem calma.
A noite avança fervida no fundo da xícara, são esses momentos quentes que ainda me sustentam.
Sim, algo ainda me sustenta - meus vícios – mas poucos saberão decifrar o verdadeiro significado destes delitos.
[Sob o pseudônimo Lápis em ponta]
[Sob o pseudônimo Lápis em ponta]
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