7.12.14

SILÊNCIO DO TEMPO

Sinto a cidade adormecendo saciada
a noite despede-se no horizonte
com o sol murmurando
na curva da minha nuca
profanando o dia
enquanto o céu silente
escoa escuridão
misturam-se faíscas de vermelho e laranja
como um esbanjamento de desejos
O vento fresco primaveril deflagra a alvorada
traz no colo o silêncio do tempo
e nas mãos  a fome renovada
coisas que os dias nunca souberam me dizer
e que eu
nunca saberei descrever

1.12.14

EXÍLIO DE VIDRO


Exangue
contrita
mãos aflitas entrelaçadas
um resumo de preces sussurradas em vitral
uma imagem despretensiosa
um relicário numa porção de anonimato
exílio de vidro
anjos e demônios constritos
lado a lado
como se nunca tivesse havido oposições
atos do cantochão sendo executados
como uma absolvição
sem ao menos ter tocado uma única vez nas minhas culpas
nem endereçado um olhar às minhas justificativas
Retinta visão espelhava e
lá fora uma manhã ensolarava
incidindo sobre o confessionário
agora eu sei:
a fé e a descrença
ambas

nunca dependerão de mim para existir...
Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...

...Sobre Imagens...

Informo que algumas imagens utilizadas aqui, não são da minha autoria, tendo sido em sua maioria, provenientes do google imagens. Ficando assim, à disposição dos seus respectivos autores, solicitarem a retirada a qualquer momento.

Fiéis escudeiros! Fàilte!