[Retalhos, brochuras, contas, linhas...alinhavos]

“É tão natural destruir o que não se pode possuir, 
negar o que não se compreende, 
insultar o que se inveja!
(Balzac)












[Ah bruta Flor do querer!]










Dicas da Isabel***
Raquel Sánchez Silva

“(…) Corte suas tranças, distribua maçãs envenenadas para adormecer a concorrência, fuja com o lobo e tome um banho de espuma com ele. Lembre-se: enquanto as princesas dormem, as bruxas voam.”







Mudança
(De Edson Marques, e confundido por Clarice Lispector - origem - Pensador)


Sente-se em outra cadeira, no outro lado da mesa. Mais tarde, mude de mesa.
Quando sair, procure andar pelo outro lado da rua. Depois, mude de caminho, ande por outras ruas, calmamente, observando com atenção os lugares por onde você passa.
Tome outros ônibus.
Mude por uns tempos o estilo das roupas. Dê os seus sapatos velhos. Procure andar descalço alguns dias. Tire uma tarde inteira para passear livremente na praia, ou no parque, e ouvir o canto dos passarinhos.
Veja o mundo de outras perspectivas.
Abra e feche as gavetas e portas com a mão esquerda. Durma no outro lado da cama... Depois, procure dormir em outras camas. Assista a outros programas de tv, compre outros jornais... leia outros livros.
 Viva outros romances.
Não faça do hábito um estilo de vida. Ame a novidade. Durma mais tarde. Durma mais cedo.
Aprenda uma palavra nova por dia numa outra língua.
Corrija a postura.
Coma um pouco menos, escolha comidas diferentes, novos temperos, novas cores, novas delícias.
Tente o novo todo dia. O novo lado, o novo método, o novo sabor, o novo jeito, o novo prazer, o novo amor.
A nova vida. Tente. Busque novos amigos. Tente novos amores. Faça novas relações.
Almoce em outros locais, vá a outros restaurantes, tome outro tipo de bebida, compre pão em outra padaria.
Almoce mais cedo, jante mais tarde ou vice-versa.
Escolha outro mercado... outra marca de sabonete, outro creme dental... Tome banho em novos horários.
Use canetas de outras cores. Vá passear em outros lugares.
Ame muito, cada vez mais, de modos diferentes.
Troque de bolsa, de carteira, de malas, troque de carro, compre novos óculos, escreva outras poesias.
Jogue os velhos relógios, quebre delicadamente esses horrorosos despertadores.
Abra conta em outro banco. Vá a outros cinemas, outros cabeleireiros, outros teatros, visite novos museus.
Mude.
Lembre-se de que a Vida é uma só. E pense seriamente em arrumar um outro emprego, uma nova ocupação, um trabalho mais light, mais prazeroso, mais digno, mais humano.
Se você não encontrar razões para ser livre, invente-as. Seja criativo.
E aproveite para fazer uma viagem despretensiosa, longa, se possível sem destino. Experimente coisas novas. Troque novamente. Mude, de novo. Experimente outra vez.
Você certamente conhecerá coisas melhores e coisas piores do que as já conhecidas, mas não é isso o que importa.
O mais importante é a mudança, o movimento, o dinamismo, a energia. Só o que está morto não muda !
Repito por pura alegria de viver: a salvação é pelo risco, sem o qual a vida não
vale a pena!




A RAPOSA E GATO

Um dia, o gato encontrou a raposa no bosque e disse para si mesmo: vou cumprimentá-la. Ela é tão inteligente, tão experiente, tão respeitada por todo mundo...

E fez uma saudação amigável:

— Bom dia, querida Dona Raposa! Como tem passado? Como tem levado a vida, agora que as coisas andam tão caras?

A raposa ficou inchada de orgulho. Olhou o gato de alto a baixo e levou algum tempo para resolver se respondia ou não. Finalmente disse:

— Dobre a língua, seu patife lambedor de bigodes, seu palhaço de meiatigela, seu pilantra caçador de ratos, você não se enxerga? Quem você pensa que é? Como ousa me perguntar como eu tenho passado? Quem é você? Que é que você sabe? O que aprendeu? Que artes domina?

— Só uma — respondeu o gato, modestamente.

— E qual é, se mal pergunto?

— Quando os cachorros correm atrás de mim, consigo escapar, subindo numa árvore.

— Só isso? — disse a raposa. — Pois eu sou senhora de mil artes e além disso tenho um monte de truques que dariam para encher um baú... Fico de coração apertado só de pensar como você é indefeso. Venha comigo, vou lhe ensinar a escapar dos cachorros.

Justamente nesse momento, apareceu um caçador com quatro cachorros. O gato deu um pulo rápido para o tronco de uma árvore e foi lá para cima, para o meio da copa, onde as folhas e os galhos o esconderam por completo.

— Abra o baú, Dona Raposa, abra o baú! — gritava o gato.

Mas não adiantou nada. Os cachorros já tinham agarrado a raposa, que estava bem presa e imóvel nas patas deles.

— Que pena, Dona Raposa! — disse o gato. — Veja a encrenca em que a senhora está, com todas as suas mil artes. Se pelo menos soubesse subir em árvores, como eu, salvava sua vida...

Fábula. Fonte: Contos de Grimm: Animais Encantados. Editora: Nova Fronteira.


Um lugar para ser feliz!
Dizem por aí que a felicidade está somente dentro de nós...não importam as circunstâncias.  Concordo com a primeira premissa...quanto à segunda, bem...tenho sido bastante turrona para crer nisto assim de uma forma tão simplista (para não falar, “rasa”) e que me perdoem os otimistas de plantão! A natureza que é sempre tão sábia me sugere um bom argumento neste momento: olhem os passarinhos! São as criaturas mais alegres, simples e faladeiras! Eu os observo aqui do meu quintal...ouço suas gritarias...a troca das pequenas e grandes alegrias numa tagarelice sem fim...balés em pleno ar...degustação de mangas e ameixas apaixonadamente coloridas! Sim...eles são felizes; são felizes por cumprirem seu destino de passarinhos; são felizes porque a vida provê e nela confiam; são felizes porque fazem da simplicidade da vida um hino ao amor e à gratidão! Agora, coloque um destes pequenos felizes em uma gaiola: a princípio ele se debaterá! E por que? Porque foi tirado do seu habitat..e é então que ele percebe que a felicidade está dentro dele...mas também em volta dele! Com o tempo ele não mais se debaterá, mas isto não quer dizer que ele esteja feliz...quer dizer “simplesmente” que ele capitulou!
E então...digam-me! O que fazemos com as circunstâncias?
- compramos um livro de auto-ajuda e fechamos os olhinhos?
- entramos para a Igreja Universal e agradecemos pelo desconforto?
- freqüentamos a Igreja Católica e dizemos: - “Mea culpa?”
- vamos para o Tibet treinar a compaixão? (Esta eu adoro!)
- num gesto insano brigamos com o mundo, compramos um trator e passamos por cima de tudo e todos?
Será mesmo que um passarinho pode viver dentro de uma gaiola sem ser afetado pela solidão imensa...pela falta de liberdade suprema...pelo ar quase irrespirável? Será mesmo que ele pode pairar soberanamente sobre este cenário mantendo a sua dignidade e integridade de passarinho?
Aviso aos navegantes: estou procurando meu lugar pra ser feliz! Levo comigo pouca bagagem, só mesmo o essencial (ou seja, a minha biografia); um coração puro e leve; uma vontade imensa de ser e estar feliz, com a alma no próprio habitat; o amor imenso pelos meus amigos e pelo meu amor!!!
Amo vocês!
*CRA*Telinha...rs
[17.01.2012]





UMA PAIXÃO in Al Berto

"Visita-me enquanto não envelheço
toma estas palavras cheias de medo e surpreende-me
com o teu rosto de Modigliani suicidado

tenho uma varanda ampla cheia de malvas
e o marulhar das noites povoadas de peixes voadores
vem

ver-me antes que a bruma contamine os alicerces
as pedras nacaradas deste vulcão a lava do desejo
subindo à boca sulfurosa dos espelhos
vem

antes que desperte em mim o grito
de alguma terna Jeanne Hébuterne a paixão
derrama-se quando a tua ausência se prende às veias
prontas a esvaziarem-se do rubro ouro
perco-te no sono das marítimas paisagens
estas feridas de barro e quartzo
os olhos escancarados para a infindável água
vem

com teu sabor de açúcar queimado em redor da noite
sonhar perto do coração que não sabe como tocar-te."




[Um carinho mais especial da Inês em 01.01.2012]

"Que neste ano a vida lhe beije na boca!”, disse uma amiga, me cumprimentando pelo novo ano. Hoje me lembrei da ligação dela e fui logo fechando os olhos e imaginando a vida me inundando, me encharcando de alegria e tesão, com um beijo descarado, arrebatador e bendito.
Que a vida lhe beije na boca e lhe tome nos braços e lhe faça gargalhar. Que sua pele se arrepie, seu coração descompasse e seu corpo responda atento, querente, curioso. Que suas mãos toquem, que seus pés criem asas e seus olhos nasçam de novo.
 Que seus sonhos despertem e exijam vir a ser. Que não haja adiamentos, nem cancelamentos, nem desencontros. Que você esteja sempre na hora certa, no lugar certo, fazendo a escolha certa. Que a vida lhe arraste pelas mãos e lhe descortine horizontes e que você se sinta forte e generoso para ser feliz.
E que venha 2012...com beijos cinematograficos...
Como se dizia ...que venga el toro, pero que venga en forma de bife....rs..."


[Stella Lobo - Mamadi -  em 01.01.2012]
"Adeus Ano Velho!!!
Feliz Ano Novo!!!
Dizemos adeus...como se pudéssemos! Pois na verdade, tudo é somente um dia após outro dia...e após mais um dia e...assim vai...Melhor seria dizermos: - “Obrigada 2011, por tuas novas lições! Lições, muitas vezes, dificílimas...porém indispensáveis ao crescimento de cada um de nós. Porque, afinal de contas, é para isto que estamos aqui – cada um de nós tem lições específicas, que precisam ser vividas!”. Não...não estamos aqui só pra “festar”, não é mesmo? ENTÃO...o que desejo para cada um dos 7 bilhões de habitantes do planeta (afff....qta genteeeeeee) é que estejamos todos fazendo direitinho a lição de casa...enfim...que cada um de nós possa cumprir com excelência a própria biografia!!! TIM TIM 2011!!! E, obrigada!!!
BOMMMMM.... e agora...o que será o amanhã? Bem vindo 2012!!!
Amigão 2012...dê-nos as tuas lições!
Querido Deus, suprema inteligência que cria e move o Universo...seja a nossa estrela-guia, por favor, sempre! Que possamos crescer a despeito das dificuldades; que possamos aceitar o rumo das nossas vidas, tanto quanto aceitarmos os desvios de percurso e, até mesmo, termos coragem para tais desvios! Que possamos ter sabedoria para discernir entre o fluxo e o refluxo das marés...entre a hora de ir em frente, de aguardar e de seguir! Que possamos saber olhar, despidos de julgamentos e crenças! Que possamos, enfim, nos sentirmos almas unas, posto que na verdade somos todos irmãos, nascidos de uma mesma semente! Que nossos irmãos bem menos favorecidos possam ter o pão de cada dia e além do pão o trabalho (Gandhi)! Que aqueles que colocam todo o sentido da vida na matéria, possam acordar e refazer suas biografias...baseadas na solidariedade, na compaixão, na extrema doçura que só a simplicidade nos traz, na crença de que a prosperidade é algo infinitamente mais abrangente. Querido Deus...e que eu não seja tão prolixa e detalhista! (rsssssss) e APENAS diga aos meus tantos amigos que os amo de paixão!!! E que...desejo a cada um uma bela biografia!!! Ah...que eu estou aqui sempre!!! Amo vocês!!! Somos todos um, com certeza!!!
Obrigada 2011!
Bem vindo 2012!!!
Tim timmmmmmmmmmmmmmm"



Te conservo em preto e branco

na minha memória feito fotografia ...

Te conservo uma sombra que a luz reflete

na penumbra ...

Te conservo brilho que em mim

é és luz que tudo ilumina...

Te faço imagem, cor, sabor..

Em traços e rabiscos de nanquim te risco


És segredo contido...
És desejo retido....
És meu desequilíbrio ...
És meu devaneio...
Uma mistura de sentimentos
de desejos e assim...
Te faço areia na onda
de um mar revolto..
Te faço nuvem de algodão
num céu azul com a cor do infinito
Te faço assim, em desalinho, desarrumado
em minha cama, como cetim junto ao meu corpo
És fonte que sacia minha sede
És o ar, o chão, minha paz, meu fogo!
E assim te faço em meu corpo
para que assim eu sinta seu corpo em mim.

Isabel
25/10/2011







[Stella Lobo em 14.11.11]
...e quando o amanhecer chegar, abra todas as janelas, todas elas e deixe o sol entrar. Ou a névoa, o chuvisco, a chuva forte?
Porque nunca se sabe o que traz o amanhecer...mas mesmo assim abra todas as janelas e deixe entrar.
Depois, abra todas as portas, todas elas, principalmente a que marca a grande entrada - e então, sente-se confortavelmente
no teu sofá e veja o que há de chegar ou de sair pela porta aberta. Apenas observe....serão perdas ou ganhos? Entradas ou
saídas? Apenas observe, mesmo porque és tão calmo, ouy passivo? Observe atraves da tua calmaria ou da tua passividade mórbida
quem e/ou o que entra e sai. E então, com muito em uito esforço abra para você mesmo as portas e janelas do teu coração e obseve
o que entra e o que sai...quem entra e o quem sai. Como se sente, então? Aliviado? Recompensado? Pois então...receba estas
entradas e saídas, todas elas, uma a uma e faça o balanço você mesmo...porque o teu balanço eu não posso fazer...apenas o meu.
...e o dia passou, entre o que tinha que ser (sol, ou nevoeiro, ou poeira fria, ou granizo forte) e agora está na hora de fechar janelas e
portas...todas elas. E então, o que ficou? Como está você no teu quarto resguardado, só e absolutamente teu? Aliviado? Recompensado?
Sente enfim a harmonia onde antes havia o caos? Sente enfim a liquidez aonde antes havia o acréscimo?
De qualquer forma, durma bem...e que teu amanhecer venha, e venha do tamanho justo, da forma justa.
Porque na vida, se amar é preciso...mais preciso ainda é ser justo!
Eu sigo com a minha justeza e, que isto não lhe cause estranheza (acho mesmo que não lhe causa.)



[Stella Lobo - 13.11.11]
"Minha tristeza é profunda
como profundo é o fundo do mar
e minha tristeza é rasa...
como raso é o éter e o ar
uma tão pesada...
como pesada é a pedra jogada no fundo do mar
outra tão leve...
como folhas espalhadas pelo vento
no imenso ar
se eu pudesse escolher
escolheria não ser triste
antes, escolheria jogar pedras
a ser a pedra pousada no fundo do mar!"

 

Saudade

[Jane Duboc]

Inda que eu me feche
E jure nunca mais te ver,
Tens o meu segredo
E a chave que me abre em teu poder.
Sabes como entrar,
Por onde vir.
Por que não aprendes a sai de mim?
Inda que eu a seque,
A fonte volta a murmurar.
Contra a correnteza,
Sou tão fraco,
Não posso nadar.
Tuas águas me levando assim,
Cada vez mais,
Pra longe de mim.
Tuas águas me levando assim,
Cada vez mais,
Pra longe de mim.
Inda que eu apague,
O fogo volta a se acender.
E esta saudade,
Esta vontade de te ver.
Tua chama vai queimando assim,
O pouco de paz que existe em mim.

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Fiéis escudeiros! Fàilte!