Uma tarde primaveril sem nenhuma promessa...presa na pressa do cotidiano e atordoada com a tecnologia da modernidade, nem percebo o que estava deixando para trás...
Escuto uma voz imponente que me tira do transe das preocupações: - “ei, isso é seu?”
O tempo parece parar ao divisar o espaço entre minha introspecção e lindas mãos estendidas... a alma saboreia a alegria de um sorriso de prazer...
-“ah obrigada! Não sou ninguém sem eles!” (creiam, meus óculos! rs)
- “Agora podes ser quem quiser!” (Uma promessa ou um convite?)
(abre parêntese)
Impossível não perceber um encantador olhar sorridente que me observa com curiosidade... instigada pela resposta, também registro muitas coisas neste breve instante, não me passam despercebidas as covinhas que o sorriso acolhe, um belo porte...indiscutivelmente, gosto do que vejo e certamente que sem nenhum pudor, devolvo o mesmo olhar curioso...
...entro na fila acompanhada...entre olhares, um papinho inocente sobre segurança do banco, violência da cidade...o telefone toca, me distraio...mas, astuciosamente não perde o feeling, comenta do meu sotaque e quase me sentindo numa inteligente entrevista do censo me vejo sendo “dissecada”! Tá certo, aceito, afinal somos até do mesmo signo (gargalhadas)! Chega a minha vez, ele abre a carteira e me estende um cartão: “- quem sabe um café?”...penso rápido e audaciosamente viro o cartão e anoto meu telefone, devolvo: “ – quem sabe?” Saio sem olhar pra trás.
Viro a esquina do banco rindo sozinha das supresas , telefone toca: “- eu menti!”
Caracolas! Primeiro pensamento que me vem: casado...(&#%) mas...corajosamente pergunto: “- por que?”
Sorri e diz: “- não precisava pegar a fila, ia falar com o gerente! Que tal um café comigo mais tarde?”
Bem, bem...quase quarenta minutos de fila merecem uma recompensa!
(fecha parêntese)