17.3.14

IMAGEM

Amarrotadas,
São as cartas em branco que arrasto com os dentes para fora das entranhas.
Dolorosas,
São as fatias desse coração noturno que se arrebenta por dentro por não saber morrer.
Impiedosas,
São as farpas e vincos das lembranças que embaciam meus olhos por ser tudo e não ter nada.
Imprecisas,
São as poesias de um amor engarrafado envelhecendo no fundo da prateleira sem nunca ter tido a chance de ir ao mar.
As paredes do meu quarto estão se fechando ao serem decoradas com solenes rabisco de insônia, meus pensamentos voam como aviõezinhos de papel em direção ao nascer do sol.
Acendo o último cigarro com a chama dos olhos e deixo que a fumaça me leve para onde quiser.
Ai de mim que ainda fico me procurando em lugares onde não quero me encontrar...
E o fogo...ah!

O fogo que consuma todo o resto...

6 comentários:

Anônimo disse...

É um choque já esperado. Enquanto deliciava-me com a Valéria 2010/11, chorosa, amorosa, esperançosa e, agora, a Valéria 2014, com suas dúvidas, dilemas etc. Antes, os caminhos eram todos abertos, ensolarados, hoje não levam a lugar nenhum ou para onde não quer ir. Antes o fogo queimava as entranhas como combustível para mais e mais aventuras, hoje, para consumir o resto.
Duas mulheres diferentes mas, maravilhosamente complementares, com visões diferentes do amor e da vida separadas por uma distância ínfima, uma enxerga a outra, uma acena a outra, loucas para se fundirem numa só, a utopia que nunca se realizará pois uma alimenta a dor e a outra alimenta o amor e a esperança.
Coisa de mulher? ser humano complexo? equação que nunca será resolvida? Claro que não. Tu és completa por ser portadora de toda de todos os amores, carinhos, e dissabores desta vida e teu valor está numa única e nobre razão: Nunca teve medo de vivê-los em toda sua intensidade. Bichinha danada de arretada!!! Te admiro, viu!!
Beijos.

V.Cruz disse...

Fico embevecida com tuas análises!
De verdade me sinto uma medrosa que posa de durona...talvez eu não tenha conhecimento real do que seja força, ou coragem...fico pensando por que são colocadas no meu caminho pessoas que acreditam mais em mim do que eu mesma...por vezes penso naquela zona de conforto que já falamos e aí me atiro no abismo! É mais fácil encarar o desconhecido, mesmo com todo o medo, do que o tédio...rsrs
Obrigada poeta por seres tão generoso comigo!
Bjãozão!!!
V.

V.Cruz disse...

PS: a Valéria do passado transpirava amor,saudade, raiva e melancolia...a de hoje suspira com saudades de si mesma...eterna insatisfeita com tudo...ou comigo mesma...rsrsr

Anônimo disse...

São referências valiosas para te orientarem quando for necessário continuar trilhando o insustentável
e o cósmico. És calejada demais e, acredito que desconfiada demais para crer no que parece fácil.
Beijos, linda.
Ps. Meio sumido por causa do trabalho.

V.Cruz disse...

Também na correria poeta, venho rapidinho!
Bjão!
V.

Anônimo disse...

Quando tiver tempo, me fala se gostou da "fogueira".
Beijos.

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