O céu da boca já se conforma com nuvens de fumaça de um vulcão extinto,
encerrando toda a devastação e beleza quente produzida, momentos inacabados
como frases interrompidas por um pavio engolido.
Enquanto tudo era combustão instantânea, as idéias borbulhavam no seio
de cada um, cozinhavam, alimentavam esperanças. Tantos foram levando sua
coragem para nunca mais voltar. Tantos ficaram para serem pendurados à secar
como lingüiça no paiol. Será que tudo foi inútil? Sinto como se esta fome, tenha
alimentado tão poucos.
A vida segue enquanto ultrajantes desejos se amotinam em noites bem
dormidas, mantendo os sonhos dormentes, amedrontados pelo nada que paralisa, como
um vestido amassado no fundo do armário...
ou passeatas rugindo nas ruas em voz baixa:
Revolução!
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