28.1.13

...Sentimentos...


Hoje aqui o céu acordou em branco e não cabe nenhuma outra cor.
Páginas tenras e ainda em branco foram consumidas, não pelo fogo, mas pela irresponsabilidade, pela desumanidade e ganância. Quantas histórias foram interrompidas ontem!
As repetições de holocaustos estão pontuadas na história da humanidade, como rasgos no tecido social e não importa os remendos que façamos, as lacunas sempre estarão lá para nos lembrar o quanto desumanos e insignificantes conseguimos ser.
Hoje o meu céu está em branco e a mãe que há em mim, chora solidária a dor dos que velam as cinzas de histórias interrompidas de forma tão brutal!
Fico pensando que espécie de seres estamos nos transformando? Não podemos mais ser comparados aos animais, temos racionalidade demais para dispensar proteção ao nosso semelhante!
Estamos mais uma vez diante de atos de desamor!
Não há justiça nem ressarcimento que restitua a vida dos que se foram, mas, que isso seja um exemplo, um alerta. A justiça deve ser cumprida com todo seu rigor aos responsáveis por essa tragédia!

Que os Deuses confortem os que ficam e encaminhe os que foram!

25.1.13

Exilada


Mais uma xícara de café e anoiteço como um momento dormente em que as palavras parecem querer tirar férias dos sentimentos.  Encobre a fé cega o telhado de estrelas, com um cuidado de quem não tenciona ofuscar o sorriso da lua cheia - benditas fases.
Acompanho tudo como se nem eu soubesse mais nada sobre mim. Encubro a cabeça na esperança de afugentar os fantasmas de um malsucedido naufrágio, como uma prece.  Os lábios ainda conservam o sabor do sal e os olhos são arquipélagos ressecados pelo vento que passou e levou tudo que falaria amanha.
O tempo me transpassa e não me leva, como se fosse eu, a única responsável por mim e por ele.
Exilada fecho os olhos. Tudo lá fora continua igual, talvez seja a voz do silêncio que me acalenta sem perfurar meu casulo, sem me cobrar urgências. Nada mais importa a não ser o meu descanso.
Ainda não consigo abrir os braços e fazer com que tudo amanheça...

23.1.13

...Fênix...

Foto VCruz - momento de fundição no atelier Laura Cunha

Um desmanche...
Como lágrima que alcança os lábios...
Quente e úmida...
Sal de um suor escorregadio...
A escuridão consumida pelo lume...
Derretendo como uma amante seduzida...
Alquimia de inconfessáveis desejos...
Um decote derreado no fim da noite...
Quando tudo volta ao princípio...
Explode o fogo por dentro aflora...
A vida vestida na pele que encarnada...
Sucumbe até renascer!

20.1.13

...Ave Noturna...


Exuberante...
Em uma noite preenchida de magias...
Sorvi o néctar essencial à manter-me viva...
Talvez um amanha ou nem um dia  a mais...
Só esse instante!
Sem véus, sem nuvens...
Só eu e a lua...
Como se me agarrasse na pele,
Como uma concha que resguarda dentro de si todo o mar...
Um nácar selvagem...
E enfim me reconheço...
Desdobro as asas devagar para dar passagem ao corpo...
Desde o fim ao começo...
Repleta...
Nesse mergulho de infinito silêncio...

16.1.13

...Para Elisa...


Tem muito tempo que não escrevo aqui. Quando abri esse espaço, era para ser um cantinho onde eu “falaria” abertamente o que muitas vezes não sei expressar de outras formas, ou tantas vezes não quero. Hoje o dia está terminando muito bem e preciso falar!
Sentindo que uma nova etapa de verdade esteja começando. Dizem que depois de toda tempestade vem a bonança. Minha vida, como creio que de todos seja, é bem cheia de altos e baixos e quanto mais os anos passam, parece que preciso conhecer melhor os meus “baixos”, talvez, porque irei conhecer alturas nunca alcançadas, prefiro crer.
Como a maioria sabe, esse ano que passou não foi nada fácil...quase me quebrou ao meio, literalmente. Verguei, mas sobrevivi...
Hoje fui àquela que se chama última consulta. Acordei nervosa, apreensiva, estava adiando esse último encontro com receio de que alguma coisa tivesse dado errado, agora confesso. Mas, eu até me escondo às vezes, porém, nunca me acovardo totalmente...então fui.
Ufa! Recebi alta com louvor e recomendações de ir aos poucos. Um passo de cada vez, será que consigo? Não é fácil cuidar de mim sozinha, sou irascível, impaciente, aos borbotões...intensidade louca que busco a cada dia refrear...algumas vezes consigo, outras me atropelo...sigo...
Parei o táxi ainda falando ao telefone, não precisava voltar ao trabalho mais pela hora e quando desligo, que grata surpresa -  assim que me situei, não pude crer no que estava ouvindo – Por Elise de Beethoven!
Creio sinceramente nos momentos mágicos e sei que o universo preparou uma carruagem para me trazer de volta a vida, sim...vim para casa me sentindo uma princesa indo ao baile de debute...como se cada célula do meu corpo e cada centelha de alma agora pudesse estrear...
Lá fora as ruas sendo lavadas pela chuva e aqui dentro preenchida de felicidade, endereço todos os meus agradecimentos ao universo que tudo rege, que põe ao meu lado pessoas únicas e especiais, nos meus melhores e piores momentos e em mim, mantém a chama do prazer de viver... acesa!

ElisA...mais que um personagem, sobrevive como uma certeza de vida em mim!

15.1.13

...Olhai a Menina...


Disse-me a menina:
Olhe a lua!
Sou uma casa de tantas janelas...
Umas encortinadas por alvas lembranças...
Como revoadas de mariposas...
Descem em cachos para adorna-las...
Farfalham na liberdade do vento...
Oh noite sedenta de estrelas!
Daqui avisto o quintal quase dia...
Lume do teu semblante...
O mesmo que um dia por obtusa dor...
Cerrei os meus olhos...
Seria um sacrilégio entornar na tua face as minhas dores...
Obedeço o pedido como se ainda fosse criança...
Olho a lua...
Ainda tão menina!
Não me envergonho mais desses sentimentos pueris que me arrebatam...
Devolvo o sorriso...
Escancaro todas as janelas...
Abro bem os olhos e lhe estendo as mãos:
Contorno os meus desenhos de céu calmamente...
Ela e eu sabemos...
Que tudo são fases...
E muitas...
Ainda...
Ainda virão...

*
*
*
Um carinho para uma "Menina Lua - de fases" - Re, Beca - Rebeca Pereira! 
Viuuu, olhei bem a lua!!!smack!!!!

12.1.13

...Faiança...

Um prazer 
Uma honra
Uma emoção
Um dueto:
Vony Ferreira & Valéria Cruz

Completamente cega
deitei-me triste no chão
com os olhos cravados no céu!
Espalho-me nessa alvura
como se fosse um excesso de cores
intumescidas e amontoadas
embriagada de utopia
pinto os olhos de azul
enquanto o mar os visita
bebo num conta gotas
as réstias de sol
com o bafejo da noite na nuca
e cometas penetrando-me
com a voracidade de todos os amanhãs
E eis que se dá o milagre!
Passo a ver pelas imagens da poesia:
Barro
Corres
Amores
E fel!


...Olfato...


Estanquei nessa rota sem destino certo...
Tenho um mundo aos meus pés...
 E uma porção de paraíso nas mãos...
A retina guarda teu vulto nas lanternas do viaduto...
 Sinto teu cheiro impregnando a calçada como se fosse chuva...
Bate e vai...

5.1.13

...Arrebentação...

Às vezes a noite que há em mim me inunda...
Espanta meu sono com a inocência das estrelas meninas...
Por dentro risca o meu céu que sangra cometas...
Cicatrizes...
Ou pegadas que desafiam minh’ alma a ir espiar o lado escuro da lua...
E...
Como arrebentação me mistura inteira...
E já não sei mais...
Se quero ser meu começo...
Ou o nosso inevitável fim...
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...Sobre Imagens...

Informo que algumas imagens utilizadas aqui, não são da minha autoria, tendo sido em sua maioria, provenientes do google imagens. Ficando assim, à disposição dos seus respectivos autores, solicitarem a retirada a qualquer momento.

Fiéis escudeiros! Fàilte!