Mais uma xícara de café e anoiteço como um momento dormente em que as palavras parecem querer tirar férias dos sentimentos. Encobre a fé cega o telhado de estrelas, com um cuidado de quem não tenciona ofuscar o sorriso da lua cheia - benditas fases.
Acompanho tudo como se nem eu soubesse mais nada sobre mim. Encubro a cabeça na esperança de afugentar os fantasmas de um malsucedido naufrágio, como uma prece. Os lábios ainda conservam o sabor do sal e os olhos são arquipélagos ressecados pelo vento que passou e levou tudo que falaria amanha.
O tempo me transpassa e não me leva, como se fosse eu, a única responsável por mim e por ele.
Exilada fecho os olhos. Tudo lá fora continua igual, talvez seja a voz do silêncio que me acalenta sem perfurar meu casulo, sem me cobrar urgências. Nada mais importa a não ser o meu descanso.
Ainda não consigo abrir os braços e fazer com que tudo amanheça...
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