A névoa dessa madrugada que não amanhece
resguarda...
O rascunho vazio das palavras que voce não disse...
Secreto tremular das minhas carnes que nem
Almodóvar conseguiria filmar...
Lá fora paginas lambidas para bem longe...
Agoniados acordes do vento...
Às portas fechadas...
Testemunha envidraçada...
Desenhos de linhas displicentes que sem querer
dizer...
Embaçam com a fugacidade de suspiros contidos...
A despedida de todas que havia em mim...
"Já não necessito de ti
Tenho a companhia nocturna dos animais e a peste
Tenho o grão doente das cidades erguidas no princípio
De outras galáxias, e o remorso.....
.....um dia pressenti a música estelar das pedras
abandonei-me ao silencio.....
é lentíssimo este amor progredindo com o bater do coração
não, não preciso mais de mim
possuo a doença dos espaços incomensuráveis
e os secretos poços dos nómadas
ascendo ao conhecimento pleno do meu deserto
deixei de estar disponível, perdoa-me
se cultivo regularmente a saudade do meu próprio corpo."
[Al Berto ]
2 comentários:
Uma forma linda Valéria de expressar sentimentos, sensações, parabéns gostei muito!
Abraços
Thiago
RioSul
Obrigada Thiago, pelo carinho pela lembrança.
Bjão!
V.
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