11.12.16

ENCANTAMENTO

Cortinas esvoaçantes
ensopadas 
de um desejo
áspero
encorpado
ruminado 
Um calor baforado
roçando 
entre as pernas
sufocado 
entre soluços
jorrando sem cessar
como lágrimas
sobre a pele

28.11.16

RETRATO

Olhos vidrados
um dentro do outro
sabor de bocas estalando a sede
corpos escoando a fome pelas digitais
narinas abertas farejando cio
Entre as tuas mãos
meu mundo chove torrencialmente

E lá fora todos os sons fazem sentido

20.11.16

GOLPE DE VISTA




O dia vai sendo embalado pelo horizonte, são tantas recordações que se perderam neste vão... Meu sorriso morno em lufadas de vento me acalma, permito que apenas esta música chore nossa ausência. Disfarço pouco e me entregando às emoções, todos os gestos contém meu infinito a[]mar. Concebo tua face com o olhar, ajoelhada em transe soletrando seu nome, como se tudo fosse um golpe de vista...e você ainda gostasse de mergulhar...

em mim...

26.10.16

Àquela que lhes pariu

Não tenho pele de carneiro e nem sou presa fácil,
Não pretendo ser a loba que quer te devorar.
O corpo é meu,
O sexo é meu,
As vontades e a liberdade
são minhas,
o respeito
é seu!
Não me deseje
nem me olhe como um objeto...
Como a que te pariu
sou
simplesmente mais uma Mulher!

18.2.16

ZODIACAL



Os ventos que embalam espumas espraiadas, serenas e misteriosas. O mesmo que nos enlaça, afaga meus cabelos, beija esta curiosidade que nunca cessa e que me impulsiona cada vez mais na sua direção. Revolve as areias do tempo, conchas e segredos guardados no fundo do nosso paraíso, no fundo do nosso [a]mar. Quantos céus serão necessários para que nossos infernos sejam apagados desse mapa rabiscado, aqui, entre nós? Quantas luas se deitarão sobre  nós, almas que habitam corpos celestes, nostalgia zodiacal da nossa existência, etérea una e indivisível.

O encantamento é grande e a espera, será finda? 
Não importa, continuo mergulhada nas bordas dos teus olhos, meu amor...

4.2.16

DIAGONAL

Nada diferenciado além do movimento presente. Havia céu na janela, deslumbramento no teto e as paredes seguiam sorrindo e chorando, projetando sentimentos suados em baixo dos lençóis. Incertezas bailando entre sombras, mordiscando o sono pela madrugada musicada em única nota.  Era como se a sanidade estivesse em férias prolongadas e eu fosse uma sátira do dia evadindo na noite. A única graça esvaía da ponta do cigarro, uma rebuscada fumaça complementando o cenário.

Já não havia passado, de verdade nunca passou, nunca dormiu, nem nunca acordou...
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Informo que algumas imagens utilizadas aqui, não são da minha autoria, tendo sido em sua maioria, provenientes do google imagens. Ficando assim, à disposição dos seus respectivos autores, solicitarem a retirada a qualquer momento.

Fiéis escudeiros! Fàilte!