Traços de um lépido amador, despretensiosas pegadas que talvez, nem deixem marcadas pelos caminhos. Um dia talvez esses versos sejam letra morta, esparramados pelo chão como folhas de um outono adormecido - ou apenas mais uma porta. Quem sabe se de saída ou de entrada, daquela cabana abandonada na beira da estrada. Lugar sem endereço, estalagem de moradores retirantes, quem sabe o primeiro passo na estrada. O marco de um início ao retorno. Planos bem traçados abraçados no cruzamento da esperança, ou aquilo que não vale nada ser lembrado.
Um vislumbre de volta de quem nunca foi. Registros de um Lápis sem ponta, faz de conta que somos heróis, que somos bedéis, berberes de um deserto de inspiração e então, talvez esses versos sejam esquecidos, ou nunca saiam de moda.
Tremula entre os dedos a incerteza, o medo a insegurança, alimentos de uma coragem cega e voraz. Mó de um moinho de vento, talvez sejam como a roda, que ninguém sabe quem inventou. Talvez seja apenas uma teoria “quixoteana”.
Talvez sejam como eu sou.
Caminhando pra onde eu não sei se vou.
Gosto de alguns autores do Luso, claro, que sem desmerecer ninguem, muitas vezes me falta tempo para ler a todos e com mais frequencia.
Bem, recebi uma mensagem do Poeta Toth, que tentou postar um comentário no texto PRESENTE e não conseguiu; e um poema, que tomei a liberdade de diluí-lo em um texto [Nosso].
Toth, agradeço-lhe imenso as palavras de incentivo e o "presente", que deitarei a seguir para o deleite de todos.
(Abraços)
Lápis sem ponta
"Um dia talvez esses versos sejam letra morta
Ou apenas mais uma porta
Quem sabe se de saída ou de entrada
Quem sabe o primeiro passo na estrada
Ou aquilo que não vale nada
Lápis sem ponta, faz de conta
Talvez esses versos sejam esquecidos
Ou nunca saiam de moda
Talvez sejam como a roda
Que ninguém sabe quem inventou
Talvez sejam como eu sou
Caminhando pra onde eu não sei se vou"
Toth
Conheçam um pouco mais o autor: