31.7.15

Se, [Talvez]

Se –
Sem fôlego, um corpo faminto submergindo de principiantes ambições, opacas como se fossem veteranas, anulando toda a ingenuidade dos sentidos.
Serve-“Se” à mesa posta com iguarias de papel, sublinhando trejeitos serpentinos de imaginação, brinde aos olhos de fogo que tudo consome ou refuta com fastio.
Enquanto os pés afundam lentamente procurando o fim, asas que construí com papel de seda em meu ser, se abrem na chuva.  
Meus olhos agora me avistam longe como se a soberana que há em mim,
Talvez –
[esteja inatingível]

VCruz 09.03.2014

Talvez



Traços de um lépido amador, despretensiosas pegadas que talvez, nem deixem marcadas pelos caminhos. Um dia talvez esses versos sejam letra morta, esparramados pelo chão como folhas de um outono adormecido - ou apenas mais uma porta. Quem sabe se de saída ou de entrada, daquela cabana abandonada na beira da estrada. Lugar sem endereço, estalagem de moradores retirantes, quem sabe o primeiro passo na estrada. O marco de um início ao retorno. Planos bem traçados abraçados no cruzamento da esperança, ou aquilo que não vale nada ser lembrado.
Um vislumbre de volta de quem nunca foi. Registros de um Lápis sem ponta, faz de conta que somos heróis, que somos bedéis, berberes de um deserto de inspiração e então, talvez esses versos sejam esquecidos, ou nunca saiam de moda.
Tremula entre os dedos a incerteza, o medo a insegurança, alimentos de uma coragem cega e voraz. Mó de um moinho de vento, talvez sejam como a roda, que ninguém sabe quem inventou. Talvez seja apenas uma teoria “quixoteana”.
Talvez sejam como eu sou.
Caminhando pra onde eu não sei se vou.



Gosto de alguns autores do Luso, claro, que sem desmerecer ninguem, muitas vezes me falta tempo  para ler a todos e com mais frequencia. 
Bem, recebi uma mensagem do Poeta Toth, que tentou postar um comentário no texto PRESENTE e não conseguiu; e um poema, que tomei a liberdade de diluí-lo em um texto [Nosso].
Toth, agradeço-lhe imenso as palavras de incentivo e o "presente", que deitarei a seguir para o deleite de todos.
(Abraços)
Lápis sem ponta


"Um dia talvez esses versos sejam letra morta
Ou apenas mais uma porta
Quem sabe se de saída ou de entrada
Quem sabe o primeiro passo na estrada
Ou aquilo que não vale nada
Lápis sem ponta, faz de conta
Talvez esses versos sejam esquecidos
Ou nunca saiam de moda
Talvez sejam como a roda
Que ninguém sabe quem inventou
Talvez sejam como eu sou
Caminhando pra onde eu não sei se vou"
Toth

Conheçam um pouco mais o autor:



15.7.15

ESCURIDÃO DE LUZ

A escuridão em trabalho de parto, fez chegar como um extravio enlaçado num cordão cheio de nós, já nasceu enforcando a segurança. Uma boca sem dentes escancara toda a fome, carência das entranhas, alimento de emoções, sentimentos de liberdade, de vida...
Ganhou seu corpo no papel, o escrito e o representado. Outrora, a criança que brinca com sucatas, cresce vestindo o corpo com vaidades, seduções e um chapéu para sombrear a insegurança. Sai da caverna de sombras e se deixa rolar nas mãos do vento sem destino. Um papel que não lhe cabe, mas que adota como seu. Grudando nas janelas, esculpindo calçadas, explorando bares, ocupando camas e desnudando faces femininas; sem saber, é a sua própria luz que lhe norteia...

Desvencilhando-se de toda a culpa, no corpo, agora coberto de cinzas, tatuagens que a vida fez, revelando que nem sempre a sua preferência é tão apurada, trazendo à luz, o efeito da escuridão que sempre acreditou ser sua causa...

LUZ DA ESCURIDÃO

Em minha face
traço 
a cicatriz
do sorriso 
permanece
a devoção 
a causa
de não mais
me culpar
por não ser
a luz que 
a tua escuridão
necessita
[hoje a claridade
é sua 
e
esta chama
só você

pode apagar]

6.7.15

DEGLUTINDO


...e no dia que a porta for só de ida 

e as janelas deixarem de ser amanhecer... 
terei deixado você...
terei deixado de ser...
mas hoje...
ainda vida...
sem nenhum pudor...
sem nenhum arrependimento: 
é minha vida...
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...Sobre Imagens...

Informo que algumas imagens utilizadas aqui, não são da minha autoria, tendo sido em sua maioria, provenientes do google imagens. Ficando assim, à disposição dos seus respectivos autores, solicitarem a retirada a qualquer momento.

Fiéis escudeiros! Fàilte!