A escuridão em trabalho de parto, fez chegar como um extravio enlaçado num cordão cheio de nós, já nasceu enforcando a segurança. Uma boca sem dentes escancara toda a fome, carência das entranhas, alimento de emoções, sentimentos de liberdade, de vida...
Ganhou seu corpo no papel, o escrito e o representado. Outrora, a criança que brinca com sucatas, cresce vestindo o corpo com vaidades, seduções e um chapéu para sombrear a insegurança. Sai da caverna de sombras e se deixa rolar nas mãos do vento sem destino. Um papel que não lhe cabe, mas que adota como seu. Grudando nas janelas, esculpindo calçadas, explorando bares, ocupando camas e desnudando faces femininas; sem saber, é a sua própria luz que lhe norteia...
Desvencilhando-se de toda a culpa, no corpo, agora coberto de cinzas, tatuagens que a vida fez, revelando que nem sempre a sua preferência é tão apurada, trazendo à luz, o efeito da escuridão que sempre acreditou ser sua causa...
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