29.5.14
27.5.14
CALENDÁRIO ANTIGO
sua frieza me
liberta.
Meus pés vão
deixando pegadas desintegradas na calçada
ungidas sentimentalidades...
enquanto eu,
me sinto
desprotegida.
Para onde
estou indo,
onde estou
levando meu coração?
Sigo invisível
o cortejo dos guarda-chuvas ensopados,
volúveis,
parece tão
divertido
que até me aqueço,
me esqueço
porque
motivo despertei...
se tudo que
queria era continuar sonhando?!?!
Dou voltas
no quarteirão como quem marca um calendário antigo,
na expectativa
de um dia que nunca mais vai chegar...
20.5.14
Trans...PIRAÇÕES
Como uma folha recém
caída
minh'alma balança ao vento.
Folha não tem olhos,
nem boca, nem mãos...
nenhuma certeza do destino,
ou
seria certo imaginar
que o certo,
é não ter destino
certo...
Folha tem coração?
Isso também não é certo,
nem destino,
enquanto isso,
balanço em "noites inventadas,
como um rascunho..."
(Quando tudo é trans...piração e batom vermelho)
17.5.14
Minha prece, minha oração, meu amor!
Quero orar,
Queria ser humilde para saber pedir clemência aos céus, a Deus, aos
Deuses, às poderosas forças que regem o universo.
Estou me sentindo desamparada...brava, impotente...
É isso que é estar só?
[Diga-me que é apenas mais uma de suas piadas mal contadas. Você nunca
foi bom em contar piadas e esta definitivamente é a mais sem graça de todas, não
consigo sorrir nem mesmo para te agradar. Sabe quando conversamos sobre ser a
maior fraqueza do ser humano o medo de sentir medo?]
Mas que droga! Eu não posso nada, eu não tenho o poder de decidir
nada, eu não sou Deus nem tenho a cura nas minhas mãos, como supunha. Sou tão
fraca que neste momento trocaria de lugar contigo só por mais alguns instantes
da sua lucidez e podermos discutir juntos o que é melhor a ser feito – será que
é isso mesmo que você quer? Não consigo te imaginar sendo separado das suas
partes aos poucos – isso não combina contigo, teu espírito orgulhoso não
aceitaria ser retalhado assim. Queria poder te dar meus dedos, todos. Meus pés
sem pestanejar, minhas pernas, até mesmo meu coração!
Pai será que ainda me compreende? Fala comigo, me diz o que deseja porque
eu confesso: não suporto te ver assim delirando, vulnerável, estou com medo de
sentir medo de te perder...mas orgulho em ser da sua linhagem, com muita coragem
para atender a sua vontade e força suficiente para enfrentar a sua ausência...se necessário for...
Para você que me ensinou o que é amar com o seu amor infinito,
Que o meu amor igualmente desmedido te conforte e esteja contigo sempre!
Amém!16.5.14
CIÊNCIA
Provocantes adagas
sensoriais singrando como ondas,
retalham o sentido
do infinito pela metade
e ficamos vulneráveis
ao alcance
dos olhares,
do tato,
do paladar.
Falávamos ainda
desmedidamente sobre o surgimento das constelações,
maresias no
morno fim de tarde,
orbitávamos
como átomos nervosos
formulando ligações que talvez nunca saibamos explicar -
química pura
no fundo de uma simples xícara café!
Tudo que é
sagrado não pode ser explicado pela ciência
e o imenso rasgo que nos uniu
confirma a
despedida,
persistindo com um desejo não saciado.
De que
planeta viemos
e se chegaremos além do fundo do mar?
Muitas respostas
não querem ser reveladas
há tanto a
declarar,
Que nem ouso
reformular!
9.5.14
SE, SOMENTE
Na vacuidade
das horas
habitas
desfilando
neste caminho
entre
os olhos e o
coração.
Havia em
todos os lugares,
nuances,
cores,
fatos,
e tantas fotografias
como se fosse capaz de caber naquela memória.
nuances,
cores,
fatos,
e tantas fotografias
como se fosse capaz de caber naquela memória.
[Recapitulando
mecanicamente os dias
como ensaísta
e protagonista.]
Somente,
quando era
eu a poesia
os versos
eram mais amplos
decorando as noites
com letras
que ainda guardo
em mim.
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