21.1.14

...Passageira...


Mordi como se fosse um desaforo.
Engasguei como se fosse uma coisa corriqueira.
Lavei com a tua covardia infantil como se desinfetasse.
Caprichosamente cobri com o esquecimento como se preparasse uma múmia.
Lacrei o corpo e vendi a alma por uma passagem para nenhum lugar.
Só acordarei no PONTO FINAL. 

12.1.14

...Transbordando...

De hoje em diante só assino em vermelho, tinta da paixão, da devastação e também a cor que extraí do calor produzido pelos corpos que ficaram esquecidos no fundo do armário.
De hoje em diante, só choro se for de êxtase. Ir à fundo em todas as superficialidades, mergulhar inteiramente nessas corredeiras sem destinos e voltar para casa enxuta, leve e descompromissada.
De hoje em diante, meus lábios só rubricarão sorrisos encarnados com os olhos bem abertos e o coração blindado. Minha alma se recusa a uma morte lenta, quer os exageros do início das paixões e os fins...sem fim.

Se um dia vamos transbordar, que seja de prazer!

6.1.14

...Pétala...Pétala...

Penso em novamente contar o tempo e sempre me perco distraída nas recordações. Qual a referencia que devo tomar como início, em que momento eu segui; quando foi que o tempo me deixou no vácuo desse vento, esse assovio que me convida a fechar os olhos, assim, desprovida de sustos por saber o que vou ver.
Tropeço nas conchas espalhadas pelo caminho, recordações que envolvem lágrimas e as guarda em si, sob uma casca rija e feia, desilusões acobertadas à boca miúda, é certo que desembocarão no mar. Quem precisa delas, senão eu para medir o tamanho de uma vida.
Deixo-me levar pelo caminho e mais uma vez me embrenho entre os arbustos obtusos e retorcidos que só guardam poeira e melancolia. Balançam escondendo as marcas que fiz pensando em um dia retornar. Mas também não preciso delas. Trago na carne a divisa das ruínas da imponência, posso ouvir as pedras sendo empilhadas umas sobre as outras, o burburinho dos passos sobre os tapetes, o cheiro da cera, carpideiras fiéis chorando nos candelabros. Aqui também muitos sorrisos caiaram essas paredes, a felicidade um dia abanou as cortinas das janelas e o sol parecia ter encontrado o seu canto. 
Mas nada disso mais importa. Os jacarés do fosso, todos, se foram. A ponte ruiu e as correntes enferrujaram. Nada aqui é mais novo que aquela orquídea que sobrevive floreando todo ano sem que ninguém interfira.
Mais uma vez entendo que é inútil tentar contar, contabilizar. Entrelaço os dedos ao destino que me sorri. 
Falso ou não é o que me resta, enquanto a orquídea florescer...

2.1.14

...Há caminhos...

Ela vem chegando, comprometida...
Prometendo não fazer deste ano mais uma batalha, nem férias contínuas.  Vem com passos leves, querendo estradas promissoras e com muito movimento...confiante que encontrará vertigens, mas pronta para embriagar-se e não acordar com ressaca nem arrependimentos. Vem com asas nos pés e com o flanco aberto, inflado apenas pela bandeira que teceu em paz...
Traz um firme compromisso de deixar-se ser consumida por este verão escaldante que lhe doura a pele, ao ponto, de enxergar cores através de olhos sorridentes e alma em calma.
Traz-me uma idade nova em 5 dias, não apenas mais uma idade, um número a ser computado, mas um marco de fechamento de ciclo, de recomeço, de vida nova...
Que isso não seja só promessa, quero tudo isso sendo materializado nas minhas mãos...estou pronta,  para juntas distribuirmos neste novo ano, muito mais de nós...

Seja bem vinda nova mulher!

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...Sobre Imagens...

Informo que algumas imagens utilizadas aqui, não são da minha autoria, tendo sido em sua maioria, provenientes do google imagens. Ficando assim, à disposição dos seus respectivos autores, solicitarem a retirada a qualquer momento.

Fiéis escudeiros! Fàilte!