6.2.12

[Crepúsculo]

O silencio retira os amplificadores das bordas dos sinos...
Dobrando as asas agasalharam-se todos os pássaros...
Não há prenúncios de chuva...
As feridas do solo craquelam...secas...
São cicatrizes que não sangram mais...
As flores recolhem-se nas suas pétalas murchas...
Invaginando por entre as dobras amassadas do ninho...
Encolho-me...
Meu ambiente uterino quente, úmido, silencioso e sem gravidade...
De um céu que encobre suas intimidades com a mais profunda escuridão...
Ergo o olhar à face de uma lua que mostra sua fase escura...
Quiçá algumas estrelas ainda não tenham sucumbido...
Quiçá um distante lume...
Um pretenso caminho em direção a morada dos deuses...
É promulgada a chegada de uma nova era...
O crepúsculo de uma existencia...




Há fases que nos chegam e que se faz necessário o intimo recolhimento...
São faces que não se mostra...
Faces que não tocam...nem dançam...
Entre fases e faces há um abismo...
E nesse momento é onde me encontro...


4 comentários:

Magali Pastore disse...

Fico sempre feliz ao ver o florescer de uma alma.

Olhos que Sangram disse...

Obrigada querida! Beijo grande.
V.

MAURICIO GALEANO disse...

Quiçá não fosse ventania, se as nuvens não se esculpissem em formas.
Um beijo.
Maurício.

Olhos que Sangram disse...

Quiçá não fossem as nuvens, a ventania não teria razão de existir...esculpi-las talvez fosse apenas um capricho dos dedos do destino...
Beijo Maurício

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