Escritor, ensaísta, poeta e criador do movimento Poesia-Práxis, que surge como dissidencia da poesia concreta.
Estava estudando sobre o movimento, que muito me encanta e ousei até alguns ensaios muito incipientes, quando soube da notícia da sua "partida".
Decreto
Neste momento solene
Para
Cada Poeta
Que como um raio
Parta
Uma Poesia
Como estrela
Nasça
A CARNE É CRÁPULA
(Mário Chamie)
A carne é crápula
sob o olho cego
do desejo.
A carne é trôpega
se fala sob o pêlo
de outro desejo alheio.
A carne é trêmula
e fracta.
Crina de nervos,
veneno de víbora,
a carne é égua
sob o cabresto
de seus incestos
sem freios.
Fálica e côncava,
intrépida e férvida,
a carne é estrábica
nos entreveros
do sexo
com seus desacertos
conexos.
Sob o olho
sem mácula e cego,
a carne é crápula
nos arpejos
indefesos
de seus perversos
desejos.
(Mário Chamie)
A carne é crápula
sob o olho cego
do desejo.
A carne é trôpega
se fala sob o pêlo
de outro desejo alheio.
A carne é trêmula
e fracta.
Crina de nervos,
veneno de víbora,
a carne é égua
sob o cabresto
de seus incestos
sem freios.
Fálica e côncava,
intrépida e férvida,
a carne é estrábica
nos entreveros
do sexo
com seus desacertos
conexos.
Sob o olho
sem mácula e cego,
a carne é crápula
nos arpejos
indefesos
de seus perversos
desejos.
4 comentários:
Olá..vc me desculpe..
Só gora vi que estava cpomo meu seguidor e vim te visitar..
Gostei muito da sua poesia,
poié.. a carne é fraca..se deixa levar pela ilusão..
Mas tb..de ilusão tb se vive não é? faz parte..
Um abraço, apareça e deixe um comentário..será bacana recebe-lo.
ma ferreira (mdfbf.blogspot.com)
Descobrimos ele juntos, lembra?
Um beijo
Já ouvi não me lembro de quem agora, que as palavras tomam vida nas canetas dos poetas. Passei muito tempo acreditando nisso, mas agora eu vejo que as palavras têm vida muito antes das nossas canetas. Na verdade elas sempre foram vivas. O próprio Cristo que já existia antes de todas as outras coisas existirem Era a palavra encarnada. Cada pessoa é um montão de palavras que nos sugere várias sensações; Umas de alegria, outras de tristeza. Algumas pessoas são contos de terror, outros de amor. Todos somos palavras desde os ossos até os cabelos. O problema é que a maioria das pessoas são palavras jogadas ao vento. A maioria das pessoas são palavras escritas na beira do mar, palavras que são apagadas pelas ondas. Eu sei... Não pudemos ser um dos cem mais, não pudemos descobrir a lâmpada, ou os mistérios da luz. Na pudemos construir o carro, nem fazer o homem ir à lua. Mas só não pudemos por que nascemos agora, somos palavras recém escritas. Mas por favor, lembrem-se destes rostos aqui. Fomos escritos agora, sabemos, mas seremos os que esculpirão o tempo. Me disseram também uma vez que os poetas eternizam as palavras. Lembrem-se disso então até quando puderem. “A maioria das pessoas são simples fatos. Nós é que somos a HISTÓRIA!”
Emoção!
Tive que ler várias vezes teu texto,pois, não podia perder sequer, uma virgula...
De verdade, és a própria caneta, a tinta e o papel...és o verbo no presente, e as frases que serão rabiscadas no futuro, estão aí, ainda sendo gestadas nas tuas mãos!
Abraço poético desta que já virou tua fã
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