21.7.12

Sorriso de estação


Escancarei os portais do desapego. Que o sol projete seus matizes na parede da noite escura que se fez em meu peito [amor]dormecido e carente.
Despeço-me do inverno com os olhos embaciados de emoção. Lá se vai ele empilhando as malas no canto, enquanto eu corro pela estação. Na plataforma da vida, um emaranhado de transeuntes apresados, alheios ao novo ciclo que se faz em mim. Uns chegam e outros partem. Uns trazem tantas bagagens outros apenas malas de mão.
Não posso dizer que não sentirei saudades, mas, posso dizer que nem sempre temos a chance de escolher quem fica e quem vai.
Aceno para a fumaça que vai desenhando no céu a tua face, enquanto, os vagões te apartam, calmamente, para longe dos meus olhos. Recolho as lágrimas da despedida no lenço que um dia foi a nossa bandeira de esperança; e percebo que de nada adianta meu choro, se nem mesmo as flores que um dia me ofereceste como mimos de amor, sobreviveram ao inverno das nossas almas geniosas.
A vida é mesmo uma partida sem volta. É um caso de amor que nasce de nós - e parte de nós se vai, quando acaba.
Volto à face em direção ao horizonte, e aguço meus ouvidos ao assovio do vento, que agora, límpido e indecifrável me murmura segredos, ainda, inconfessáveis.
Tenho também que partir. E assim, antes que inteiramente me vá, oferto-te o meu sorriso - a parte de mim, que ainda, sobrevive sem Ti!

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