14.5.12

Recortes


Recorte com teu olhar de sol as bordas das minhas páginas em branco.  Sublime as baforadas do orvalho que derrama das minhas dobraduras úmidas. Passeie de leve e se quiser, escorregue como se fosse um tobogã por entre os vincos que a vida fez. Detenha-se a ler minha história e mesmo que goste não a tome como sua. Rasgue-me com sorrisos largos e dedos de fantasias e voarei como confete em pleno carnaval. E quando fores escrever versos de vida, convide-me a recortar o som do vento e costurar os fios de esperança. Mas, se fores me usar na fugacidade do momento, que não seja para modelar-me simples bola de joguetes sem fundamento.

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