PRIMEIRO ATO
Das cinzas salpicadas
Um sopro
um suspiro
pálpebras
descolando-se com um amanhecer
olhos
flamejantes queimando tua carne
soberano
donatário
dos vales dos meus ombros
amamentado
pelo mais lascivos desejos
ereto
suportando
as unhas cravando o flanco como raízes
atendendo ao
chamado da floresta
o ventre
princípio de
uma vida
já se faz
carne abatida em ti
corredeiras
vertiginosas
fendas
abertas
lavas
escaldantes
e tudo
derretendo ao redor...
ATO FINAL
apenas uma
vida inteira
morrendo todos os dias
de dor,
de saudades,
de alegrias,
de amor...
encerrando
nesta última noite
esta última
morte
esta única
vida
ATO CONTÍNUO
Estilhados
no infinito representando constelações...
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