Parada. Não que estivessem sem movimento, mas inerte, hibernada nos meus
musgos no meio da praça, no rumo de tantas pessoas, mesmo assim sem nenhuma
direção.
As reticências me contornam perfilando bordados e eu desejando parar
de pensar no que veio antes de mim. Queria poder assinar este divórcio com as
dúvidas, sem mágoas, sem dores e poder sair arrastando esta mala entulhada de
vazios pelas calçadas, como se levasse flores ao túmulo de um velho conhecido,
uma despedida saudosa apenas, render minhas homenagens e partir sem remorsos.
Mas, o tempo me acorrenta e me cobre com este manto da invisibilidade.
Os sorrisos ecoam, os transeuntes sedimentam minha estrada e parece que só os
pombos enxergam de verdade a minha paisagem.