Parada. Não que estivessem sem movimento, mas inerte, hibernada nos meus
musgos no meio da praça, no rumo de tantas pessoas, mesmo assim sem nenhuma
direção.
As reticências me contornam perfilando bordados e eu desejando parar
de pensar no que veio antes de mim. Queria poder assinar este divórcio com as
dúvidas, sem mágoas, sem dores e poder sair arrastando esta mala entulhada de
vazios pelas calçadas, como se levasse flores ao túmulo de um velho conhecido,
uma despedida saudosa apenas, render minhas homenagens e partir sem remorsos.
Mas, o tempo me acorrenta e me cobre com este manto da invisibilidade.
Os sorrisos ecoam, os transeuntes sedimentam minha estrada e parece que só os
pombos enxergam de verdade a minha paisagem.
3 comentários:
Parece que, como toda paulistana, o tempo se assenhora de si.
Um ser humano belo, concreto e convicto, da forma que estou começando a conhecer, tem o direito de abandonar suas correntes, exorcizar seus demônios e guardar, bem guardado nos escaninhos do coração, toda essa mácula e essas "malfeituras" que não coadunam com seus belos e brilhantes olhos negros.
Fazer poesia, se podemos chamar o que faço de poesia é a forma mais concreta de ser eu, sem precisar sair de mim...rsrs
Bjão,
V.
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