Bebi a noite longa em goles gulosos. Na garganta despenhadeiro escarpado, esfolavam-se com teimosia as lembranças. Rasguem-se todas em confete, hoje é festa de despedida e nada disso fará mais parte amanha. A gravidade te faz chegar no mais bem fundo de si. Inferno e paraíso de anjos e demônios, fazendo sorrir e chorar; uma convulsão ébria, até te fazer crer que nunca mais verá a luz da realidade do amanha. Vamos brindar ao agora. O que é real não mais importa quando da cabeça aos pés tudo é festa. Você fica generoso, espaço até sua alma sair à francesa para não ser cúmplice. Luzes piscam na pista, apertem os cintos o avião vai decolar, soa o aviso.
Pausa, pausa, pausa – com o gato no colo miando desconfiado, bebo um inocente chazinho com bolacha água e sal.
Algumas idas tem volta, outras não...
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