22.9.14

COMBUSTÃO EXPONTÂNEA

Fazemos de conta que tudo vai bem. Pela garganta todos os dias engolindo a seco a distância, frio e amargo cardápio, criado especialmente para nos alimentar e nos proteger de nós mesmos.

Quem dirá do amor que fomos e que ainda permanece? Nunca seremos nós, decerto, evadidos em planetas protegidos em anéis. Guardamos na garganta o ultimo choro, um [a]mar que quiçá, um dia sirva para apagar [apenas e unicamente] minha vida que segue em combustão espontânea.

12.9.14

VENTOS DO LITORAL


...se o vento sopra e 
esfarela as nuvens...

a chuva não vem
não florescemos...
em que paisagem 
estamos craquelando...
Meu amor...

10.9.14

REVELAÇÃO



Sigo como um ato contínuo

traços entrecortados de curvas 
[traiçoeiras]
vozes do que penso
desdobrando-me
fazendo em silêncio 
sem na maioria das vezes
pensar...
Eis o meu mistério
Eis minha revelação!

5.9.14

GARÔA



Entre eu 
e o tempo 

já não há mais 
incertezas que caibam 
nem um sopro 
que me inspire
Animei 
todas as partes 
até que se dissolveram 
as letras
duvido 
que um dia 
eu volte
duvido 
que um dia 
eu desapareça por completo 
e isso talvez seja 
a única 

absoluta certeza

3.9.14

PULSAÇÃO


Paradoxo de um tempo tão pouco
para uma servidão tão ávida 
as horas se estendem entortando tudo

dias e noites num único cenário
marcas de uma textura
relevos de uma pulsação que não estanca
nem mesmo

se não houver amanhã
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Fiéis escudeiros! Fàilte!