Ela me convidou
eu tremi,
eu aceitei!!!
Minha querida Vania, luminoso ser de quem sou fã.
Claridade e penumbra podem existir num só verso.
Eis:
Num vestido colado (de emoção) como uma luva
as palavras, traziam cores, sons e madrugada
invadia desejos secretos, lugares poéticos
(quase irmãs)
paria a fantasia pelo avesso...
num bar em preto e branco
o antes adormecido, na sala de estudos
o cinza vulcânico
vazio numa tarde de domingo
como os olhos de um gato
rompia a nudez indescritivelmente poética
dos pés descalços pela noite
entre o silêncio e Monet
sobre tua almofada favorita
a palavra que passou...
repousando-te na memória
em ordem alfabética
num vestido colado (de emoção) como uma luva
um concerto só na corda sol
(...) procurando um rosto em teu espelho
neste começo de junho.
Vania Lopez & Valéria
Cruz
RASCUNHO
As palavras traziam cores, sons
e madrugada.
Invadia desejos secretos
lugares poéticos,
paria a fantasia pelo avesso...
Era uma fome escura!
Continuava à espera de ser surpreendida pela luz
como se o desespero singrasse o âmago
em marés,
lava noturna...
consumindo o medo e a excitação
num vestido colado de emoção como uma luva...
Buscava dolorosamente a permanência,
sensível
ciente,
desperta,
tendo vivenciado uma pequena morte sobre a mesa...
A recusa estava retratada com os punhos fechados.
Havia uma disposição em não deixar escapar,
juntando forças
esperando para explodir...
Ainda permanecia o desejo de estar eternamente parte de si!
O ponto mais profundo e doloroso,
revelado.
Havia encontrado a emoção e
havia sido abandonada por ela...
O dia já espiava pela janela
como os olhos do gato:
cinza vulcânico,
persistente reflexo de repreensão...
E então,
descanso os pés descalços,
com uma nudez indescritivelmente poética!
E
só por ter loucura suficiente para continuar interessante,
sobre sua almofada favorita!
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