Não me peça hoje, piedade como os pêlos eriçados da minha nuca...
A leveza da língua dos ventos ainda sopra sobre o mar dos meus sentimentos...
Não me venha falar de ontem...
Pois alados já são os pés desses gigantes que o sal da terra esculpiu para sombrear meu viver...
Não me venha falar do amanhã...
Deitei em oferendas as floradas dos meus mais coloridos sorrisos...
Abri os pulmões à soprar as velas...
Todas, até mesmo as que estavam rotas...
E como última homenagem aos deuses, abandono-me às ondas, dobaram-se como sinos a repicarem no meu entardecer...
E me portarei como marujo e mar que se reconhecem e se respeitam...
E esperarei a hora de aportar nesse cais...
Em mim todo o infinito...
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