27.2.13

...Superlativo...


A princípio era só...
Uma pedra no sapato...
Guardei como se guarda um tesouro...
Escondi no ninho como uma gema preciosa...
Dei nome...
Atribuí valores...
Instituí como amuleto da sorte!
O tempo passou e trouxe a revelação:
A única coisa verdadeira era o valor do meu olhar...
E como bijuteria vagabunda...
Perdeu o brilho...
A cor...
O sentido...
E nem mais no lume...
Faz-se brilhar!

20.2.13

...Antídoto...

na lente de Cleo Lepchak - Rita Pacheco

Era tão perto que chegamos tarde...
Era demais...
E ficamos pouco...
Mas foi infinito para caber tanta falta...
Selaram-se as promessas no lado de dentro...
E amarelamos na fotografia ao relento...
Não foi possível agarrar o tempo com unhas e dentes...
Mas foi suficiente para contagiar...
Contaminar...
Intoxicar...
Sugar em vão nossas salivas em outras bocas...
Veneno?
Não...
Antídoto!

*
*
*
 Meninas, adoro fotografia e foi através desta expressão artística que conheci a Rita. Obrigada por emprestar-me suas lentes, e dar-me licença poética para que eu também, possa imprimir humildemente meu sentir... 

Bjão!
V.

10.2.13

...Rastro...

Foto de Rita Pacheco

É verão lá fora eu sei...
A alegria do mundo saltita nas marchinhas de carnaval...
Rebolam avenidas contaminadas de festa...
Um simulado decote profundo me aparta os seios e me sacode...
O mundo não para porque eu não consigo sorrir...
E me percebo aqui dentro...
Ainda...
Cultivando meu inverno constante...
Nuvens turvam meus olhos...
E como águas de maresia...
Meus sentimentos escorrem pela beirada das calçadas da vida...
Deixo meu rastro de emoção...
Pétala a pétala...
Deixo meu rastro de vida...
Um registro de cheiro e cor...
Deixo meu rastro de amor...

*
*
*
Rita minha querida, adoro suas fotos, são verdadeiras poesias! 
Parabéns e boa sorte no concurso, obrigada por permitir-me fazer parte.
Bjão
V.

2.2.13

...Salve o Mar!


Hoje quero me lambuzar de sal...
Misturar no meu esse suor do mundo...
Hoje quero mergulhar no mar...
E deixar-me embalar nessa torrente desconhecida de emoções...
Lavar-me nas profundezas inatingíveis...
Até ser devolvida à superfície sem clausuras e sem destino...
Ir e vir até espraiar todo o meu cansaço em espumas...
Hoje quero estar perto do mar...
Só para reverenciar:
Odò Íyá Yemanjá!